Trabalhadores em empresas de transporte de valores em Minas Gerais denunciam precárias condições de trabalho e ameaçam entrar em estado de greveainda nessa semana.
De acordo com o presidente do sindicato da categoria,Emanoel da Silva Sady, a jornada de trabalho desses profissionais tem sido deaté 16 horas, sem intervalo para lanche ou pagamento de horas extras.
“Estamos em campanha salarial e avaliando uma possívelparalisação.
O uso de apenas dois vigilantes para abastecer os caixaseletrônicos coloca em risco
a segurança dos trabalhadores”, disse.
Segundo ele, não há vagas de estacionamento para os carrosfortes em frente
às agências bancárias. “Muitas vezes, os vigilantes têm quecontar o dinheiro que
vai abastecer os caixas no chão, correndo risco deassaltos”, acrescentou Sady.
No último dia 11 de julho, representantes da categoriaestiveram reunidos com deputados da Comissão do Trabalho,da Previdência e daAção Social da Assembleia Legislativa de Minas.
Na ocasião, trabalhadores dosetor relataram situações de risco e problemas de saúdeque têm abalado acategoria.
De acordo com Emanoel Sady, o carro forte é desconfortável,não possui ergonomia e tem pouca ventilação.
“Os vigilantes têm que entrar decostas, carregando malotes de até 50 quilos, o que causa problemas na coluna”,disse.
Situação vivida pelo motorista Weverton Dias, 42 anos.
Eleconta que conduziu
um carro forte por quatro anos e está afastado há três anospor problemas
de saúde.
“Perdi 65% da audição por causa do excesso de barulho nocarro forte, além
disso, tenho problemas sérios na coluna e faço uso de remédiocontrolado em
função do estresse”, disse.
O setor emprega atualmente, em Minas,5 mil trabalhadores,entre motorista, vigilantes, funcionários da tesouraria e do setor administrativo.
O piso salarial
dos vigilantes e motoristas é de R$1.549,27.De acordo com Emanoel Sady,funcionários da tesouraria também estamos trabalhando em situação precária.
“Alguns sofrem descontos nos salários quando há problemas nacontabilidade do dinheiro e chegam a receber apenas R$ 340 por mês.
Eles ficamconfinados em locais com portas blindadas e precisam pedir permissão para ir ao banheiro.
Muitos trabalham até de madrugada sem lanche e sem transporte paravoltar para
casa”, denunciou o sindicalista.
Monopólio
Atuação.
O Sindicato dos Empregados em Empresas deTransporte de Valores de Minas Gerais informa que, no Brasil, três empresasdetêm 90% do transporte de valores: as internacionais
Prosegur e Brinks e anacional Proforte.
Os problemas narrados pelos sindicalistas
sensibilizaram osdeputados da Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social
Deputados irão visitar empresas de transporte
O deputado Celinho do Sinttrocel (PCdoB), que solicitou a reunião, disse que irá proporuma visita técnica da comissão às empresas de transporte de valores raverificar as condições de trabalho de seus funcionários.
Segundo ele, o requerimento com essa finalidade, assim comooutros pedidos de
providências a vários órgãos públicos,serão votados na próximareunião da comissão,
que deve ocorrer nesse semestre.
O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte deValores de Minas,Avilmar Marinho, preferiu não se manifestar sobre as denúnciasdos trabalhadores.
No entanto, ele informou que as empresas estão abertas àvisitação.
"Nós mesmos chegamos a sugerir a visita técnica, paraque os deputados possam
verificar o que realmente acontece nas empresas",disse.
Fonte: Jornal Montes Claros
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