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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Segurança Clandestina PM vende segurança em São Paulo por R$ 20 mil

Sargento encarregado por
setor administrativo do batalhão
que patrulha Morumbi
escala PMs para segurança.
Não é de hoje que a violência
faz parte da rotina de quem
vive no Morumbi, na Zona
Oeste. Em um dos bairros
mais nobres da cidade, um
sargento da Polícia Militar é
apontado como responsável
por cobrar R$ 20 mil por mês
para garantir a segurança da
área. O esquema ilícito acontece
há quatro anos e fez com
que policiais militares arrecadassem
pelo menos R$ 700
mil reais dos moradores, que
se renderam ao serviço ilegal
após sofrerem com recorrentes
ataques de criminosos.
Nos últimos anos, a Rua
Dr. José Carlos de Toledo
Piza ficou conhecida como “a
rua do medo”, devido à falta
de iluminação e rotina de assaltos
à mão armada e sequestros
relâmpagos. Nem mesmo
o alto índice de violência fez
com que o patrulhamento na
área fosse reforçado e moradores
de cinco condomínios
de luxo contam que se viram
obrigados a contratar seguranças
particulares. O serviço
privado foi oferecido pelo
sargento Vagner Figueiredo,
atual encarregado por toda
a parte administrativa da 5ª
Companhia do 16º Batalhão
(responsável pelo policiamento
do bairro). Segundo
moradores ouvidos pelo DIÁRIO,
é ele que escala os
quatro policiais militares que
fazem a segurança da rua 24
horas por dia, durante toda a
semana. Esses homens trabalham
armados, à paisana e em
carros particulares. Ganham
R$ 1.600 por mês.
Os condôminos assumem
que a sensação de insegurança
diminuiu com a contratação
dos PMs, mas se dizem
reféns do serviço. “Fico indignado,
mas sou obrigado a
pagar”, revelou o síndico de
um dos prédios. “Fica aquela
sensação de ser lesado. É
um dinheiro que poderia ser
usado em outras coisas no
condomínio e muitos rebolam
para pagar”, desabafa o
síndico de outro prédio. Por
questões de segurança, seus
nomes serão preservados.
O zelador de um dos condomínios
vigiados afirma que o
sargento só aparece no local
uma vez por mês, quando o
Segurança Clandestina
PM vende segurança em São Paulo por R$ 20 mil
dinheiro é pago. Em todos os
prédios, o valor destinado à
segurança privada está registrado
em ata, já que o rateio
foi feito após decisão em assembleia.
Os moradores revelaram
que Figueiredo propôs
estender o “patrulhamento”
até o final da rua, por mais
R$ 20 mil por mês. “Ninguém
quer pagar. Estão muito revoltados,
mas só nesse mês duas
mulheres foram roubadas na
esquina”, disse o zelador.
Na quinta-feira passada,
Figueiredo recebeu a reportagem
no batalhão onde trabalha
e se apresentou como o
responsável por todas as estatísticas
criminais que servem
como base para a Polícia
Militar destinar as viaturas
para o patrulhamento. No
dia, o sargento garantiu que
a violência na “rua do medo”
é zero.
Diário de São Paulo - São
Paulo/SP

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